domingo, 21 de agosto de 2016

Lílicando


 Crítica: Mary e Max – Uma Amizade Diferente


Os dramas me perseguem. Eu tentei fugir, mas acabei “acidentalmente” me esbarrando em um deles. Pablo Villaça (escritor, diretor, roteirista, critico de cinema e fundador do site Cinema em Cena), sugeriu alguns filmes. Agreguei as dicas do Mestre a minha lista que não para de crescer. E, resolvi começar por “Mary e Max”.  Entre os comentários da postagem havia várias internautas tecendo elogios a película. Sequer li a sinopse e comecei a assistir. Criei à falsa ideia de que fosse uma comédia por se tratar de uma animação. Tolinha eu!

Tenho uma regra, não leio criticas antes de ver um filme. Isso estraga a espontaneidade. Ler uma critica antes do filme é o mesmo que assistir um pornô antes do sexo. Eu preciso entender e sentir de acordo com meus sentimentos e meu alcance, ainda que curto, torto, fosco e limitado. Depois dos meus equívocos e acertos todas as criticas serão bem vindas e respeitadas. Dai sim, vou me aprofundar através da ótica daqueles que entendem realmente de cinema. Complementar, reforçar, desconstruir ou formar o meu entendimento. Antes disso,  é simplesmente meu olhar puro.  Um olhar de quem almeja uma boa história real/fictícia, beleza e arte. 

Acho de uma falta de respeito tamanha alguém dizer: “Não perca seu tempo assistindo tal filme porque não vale a pena”, “Não vá ao cinema assistir tal filme, irá perder seu dinheiro” e de uma falta de personalidade e subserviência sem tamanho de quem se submete a deixar de assistir um filme em favor da opinião de alguém. Os interesses e emoções são despertados de acordo com nossas peculiaridades. Determinar se alguém vai gostar ou não de algo pela luz da nossa percepção, é uma violação.

Fiquei encantada com o realismo dos personagens. Nas animações é tudo muito bem definido. As expressões faciais são claras e gritam silenciosamente. É um ver por dentro. Com isso a mensagem nos atinge mais rapidamente e com maior impacto. O triste é imensamente triste, o entediado, chega a nos dá tédio. Gosto dessa coisa enfática. Os sons estão presentes o tempo todo marcando os acontecimentos: os passos na calçada, o zunir de um inseto, o estalar de um beijo.

Ao contrário do que imaginei o roteiro não é leve e risonho. Apesar do tom melancólico e às vezes um tanto depressivo, e a oposição de cores, neste, cores frias, no outro, cores fortes e vibrantes. A narrativa me remeteu ao “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Por retratar poeticamente objetos e situações que nos parecem simples. Pela descrição tão esmerada da personalidade e prazeres dos personagens. É um filme inteligente e denso. Aborda temas como: fobia, depressão, suicídio, bullying, sexo, homossexualismo, religião, amor. Mas o tema principal é a amizade.

Mary Daisy é uma garotinha de 8 anos que mora na Austrália e Max Jerry é um americano de 44 anos. E, com todas as diferenças e de forma improvável, surge uma amizade entre eles. Esse inexplicável sentimento sem os qual nossas vidas não teriam a mesma força e graça. Um LINDO filme tanto pela estética quanto pela mensagem.

Escrito e dirigido por: Adam Elliot
Ano: 2009



Texto: Lílian Pinho – Todos os direitos reservados ©
Imagens: Google Imagens – Divulgação do filme
🎥: ⭐⭐⭐⭐

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