Fotografia de Mike Baird
Por: Lílian
Pinho
Natacha
Era o verão mais quente e seco dos
últimos anos. E naquela tarde de Sábado ultrapassava os 40°. Após uma semana
cansativa de trabalho, tudo o que Natacha queria era sentir-se em casa e relaxar.
Enquanto zapeava a TV distraída, observava as unhas por fazer. Lembrou também que
a pia estava cheia de pratos, mas que poderiam esperar. O celular vibrou
novamente, mais uma mensagem acabava de chegar. Verificou sem nenhum entusiasmo.
Era sua amiga Débora chamando para saírem à noite. Não, ela não estava a fim de
sair, disso tinha certeza. Repentinamente parou em um canal que passava um
filme, largou o controle, puxou o travesseiro e se ajeitou na cama.
Um casal discutia, Natacha tentava
adentrar a história, analisava o cenário. A interpretação dos atores a
convencia estava atenta e curiosa. Em meio à briga um tapa, o estalido da mão
da jovem em contato com a face do rapaz, veio acompanhado por um silêncio que
parecia interminável. Natacha aguardava
ansiosa pelo desfecho daquela situação. Foi quando o personagem agarrou a
mocinha pela cintura, puxando-a contra o corpo dele. A princípio ela reagiu,
tentou escapulir e se debatia em meio aos braços que a entrelaçava. Mas quando
os lábios dele tocaram os dela não houve mais reação contraria. Ambos ansiavam um pelo outro, a entrega era
mútua. Beijos cada vez mais ávidos e intensos ultrapassavam as barreiras da
tela e atingiam Natacha.
Ela estremeceu, sentiu um calor percorrer
todo o seu corpo, um desejo forte e crescente a consumia de fora para dentro,
de dentro para fora. Cada célula do seu corpo pulsava. Imaginava ser ela
naquela cena. Usava um babydool vestido de cetim preto com rendas nas
extremidades. Começou a se acariciar, seus seios estavam intumescidos, os bicos
petrificados, ela suspirou longamente, suas mãos desceram procurando o seu sexo
que já estava úmido. De olhos fechados ela se tocava voluptuosamente. De repente um som ecoou no quarto. Era a
campainha. Natacha se assustou e entre a
irritação e frustração por ter sido interrompida em sua transa solitária,
levantou um tanto atordoada. Enquanto procurava o Robe para vestir imaginava
quem poderia ser o inconveniente. Foi até a porta resmungando. Através do olho
mágico não reconhecia a pessoa, chegou à conclusão que se tratava de um
estranho – Era só o que faltava, um desconhecido.
- Boa tarde, desculpa incomodar. É
que eu acabei de chegar de viagem e não tem ninguém em casa. Enquanto ele meio
sem jeito apontava a casa da frente. Natacha examinava o homem da cabeça aos
pés. Ele prosseguia – Seu vizinho, o
Eduardo, ele é meu irmão. Não nos vemos há algum tempo, quis fazer uma
surpresa, tolice a minha. Deveria ter avisado! Ela percebendo que o homem estava
constrangido com a situação foi complacente.
- Você tentou o celular?
- Sim, eu tentei. Ele não atende.
- Que chato.
(silêncio)
- Você tem visto ele ultimamente,
quer dizer, você...
- Desculpe, mas nós não temos nenhuma
aproximação. Eu não sei te dizer...
- Tudo bem, eu não quero te
atrapalhar. Vou esperar até que ele chegue.
Natacha ficou pensativa por um
momento. O estranho era alto, forte, mas não musculoso. Os pelos do rosto
estavam começando a crescer, isso o deixava sexy. Tinha lábios bem torneados e carnudos.
Suaves linhas de expressão na testa e canto dos olhos. Cabelos levemente
grisalhos, alguns fios caiam com charme na testa. Deveria ter uns 40 anos.
Vestia uma camisa manga ¾ de cor azul, a sua preferida. Calça jeans, cinto e
sapatos Mocassim em couro preto. Em momento algum ele retirou a mão da alça da
mala que trazia consigo. Com certeza ele
estava chegando de outra cidade, quem sabe país.
- Está muito quente aqui fora. É
melhor você entrar e esperar por ele aqui.
- Não, eu não quero te incomodar.
- Eu faço questão – Natacha! Disse
seu nome enquanto estendia à mão para cumprimentar o até então, estranho.
- Roberto, prazer Natacha!
A porta se fechou e Roberto sentiu-se
aliviado no ambiente climatizado. Respirou um leve aroma de [1] Vanilla.
As paredes tinham cor azul, transmitia paz e quietude. Do lado esquerdo próximo
à janela tinha um aparador de madeira e vidro, um vaso de flores e uma
escultura dourada de Buda. Havia uma pilastra com umas palavras escrito em [2] Katakana.
Não sabia o significado. Depois de examinar o lugar direcionou sua atenção para
a bela acolhedora que o convidava a sentar.
- Eu ouvi falar que no Brasil estava
quente, mas não imaginava o quanto.
- O verão mais quente dos últimos 71
anos. Em qual país estava?
- Estados Unidos, Houston.
- E como é o clima de lá?
- No verão pode ultrapassar os 35°,
mas o tempo é instável. Já no inverno a temperatura em média 12° com mínima de
7°.
- Não me acostumaria com temperaturas
tão baixas (sorriso) – Há quanto tempo está lá?
- Oito anos.
- E o que você faz?
- Trabalho em uma indústria
energética.
A conversa fluía amistosa, e os dois
estavam interessados e curiosos a respeito um do outro. Natacha tinha 30 anos,
paisagista há 10. Estava sozinha e sem transar a cinco meses, desde que
terminou um relacionamento de dois anos. Tinha um corpo curvilíneo, típico de
mulher brasileira, coxas grossas, quadril largo e uma bunda que causava inveja
até as suas amigas mais intimas. Era uma mulher bonita de personalidade
agradável. A certa altura da conversa os dois já bem à-vontade e relaxados. Lembrou-se
de oferecê-lo algo para comer. Mas ele recusou dizendo que havia comido no
avião, ela então perguntou se queria beber algo, sugerindo um suco, café,
vinho. Roberto disse que um vinho seria bom. Quando Natacha levantou, ele acompanhava
o movimento dos seus quadris imaginando cada curva, cada traço debaixo daquele
Robe.
A conversa continuou ainda mais
animada, entre goles de vinho, sorrisos agora carregados de malicia e olhares
provocantes. Natacha se remeteu aos momentos antes da companhia tocar.
Mergulhou os dedos na taça de vinho e molhou os lábios olhando fixamente para
Roberto. Ele foi à sua direção, tirou a taça de suas mãos, colocou no chão e
agarrou-a com força. Os dedos de Natacha deslizavam do topo da cabeça até a
nuca dele, suas línguas se enroscavam numa dança frenética, os lábios
sugavam-se com enorme prazer enquanto se despiam, as peças iam sendo tiradas e
atiçadas uma a uma. Ela oferecia-lhe os próprios seios, como uma mãe que
alimenta o filho. Ele chupada e mordiscava arrancando-lhe sussurros e gemidos.
Quando ele abriu-lhe as pernas e começou a chupar seu sexo, Natacha parecia
desfalecer. E por alguns segundos agradeceu a si mesma por ter se depilado no
dia anterior. Roberto explorava aquela xaninha raspadinha, lisa, quente e
cheirosa sem nenhuma presa. Aproveitando cada centímetro daquela flor
desabrochada. Ela perecia uma cachoeira de tão molhada, e aquilo deixava
Roberto explodindo de excitação. Já estava doido para mergulhar naquele rio,
quando Natacha como se lesse seus pensamentos o interrompeu o melhor sexo oral
da sua vida. Ergueu o corpo indo de encontro ao dele. Seus seios petrificados e
rígidos roçando naquele peito peludo provocava uma sensação de abrasamento.
Olhou para ele e disse:
- Me foda.
Assim, com duas palavras ditas com
tamanha certeza e ânsia de realização, Natacha teve seu pedido atendido. Ele penetrou
aquela gruta de prazer com movimentos intensos e ritmados, que iam aumentando
na medida em que o prazer crescia dentro deles. Aquela mistura de fluídos, o
cheiro de seus sexos no ar, os suores misturando-se, a melodia dos gemidos que os
conduzia para o momento do apogeu. Quanto mais ele entrava e saia de dentro
dela, mais atiçava sua lascívia. Ela parecia insaciável. E a demora para
atingir o clímax era uma deliciosa tortura. O gozo de Roberto veio intenso num
jato forte e farto, encharcando-o por completo que alegre e satisfeita deitou e
dormiu.
Roberto permaneceu hospedado na casa
do seu irmão por 20 dias. E nesse período Natacha pode realizar todas as suas
fantasias.
FIM
[1]
É um gênero de plantas trepadeiras pertencentes à família das Orquidáceas. É
encontrada em zonas tropicais e congrega cerca de 109 espécies. A partir dos
frutos de algumas espécies obtém-se a especiaria comercialmente conhecida como
baunilha.
[2]
É um dos silabários empregados na escrita japonesa junto com o hiragana.
Atribui-se sua invenção ao monge Kukai o Kobo Daishi – Fonte: Wikipédia.
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Show demais!
ResponderExcluirDelicia de enfermeira...adoraria muito conhecer e fazer parte de um novo conto especial para vc
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