domingo, 16 de novembro de 2014

Alimente Sua Mente - A Casa do Rio Vermelho



 

Se  for de paz pode entrar! 




Antes de qualquer coisa. Queria dizer que ainda estou sobre o efeito visual, auditivo e olfativo, e de todos os outros sentidos que essa visita provocou em mim. Desde que assisti à Paloma Amado no “Sem Censura” falando do Projeto. Imaginei que seria algo grandioso. Fiquei cheia de curiosidade aguardando ansiosa a inauguração. Sexta feira, dia 14 estava eu lá de pronto para conferir, e mergulhar no universo de Jorge Amado.  A viagem já começa ao adentrar a Rua Alagoinhas. Lugar calmo, tranqüilo. Onde tem verde e ouvem-se os cantos dos pássaros. Encontrei com um grupo de estudantes de Publicidade. Iniciamos uma animada conversa. Mas tratei de desvencilhar-me deles. Não que não estivesse gostando. Mas, porque eu queria sentir tudo àquilo sozinha. Sim, egoisticamente, só.  Haviam algumas pessoas nos diversos bancos espalhados pelo jardim. Orquídeas brotavam de jambeiros, mangueiras, pitangueiras, árvores plantadas por Jorge e Zélia. A escultura em que parece uma flor, mas, dependendo da posição é a Pomba da Paz. Presente ofertado por Niemeyer. Saindo dali, deparei-me com o “Lago dos Sapos”, e, de quando em vez, ouvia-se um coaxar. Ao lado esquerdo os azulejos de Carybé. Cada visão era um deleite.


 Ao todo são 15 ambientes.

 

“A roda de conversa” são vídeos com depoimentos de familiares, amigos, pessoas do meio artístico. Todos que de alguma forma tiveram ligação com Jorge e Zélia.

 

“Sala de Leitura” tem uma super tela de onde 47 artistas fazem leitura de trechos das obras do escritor. Dentre eles: Caetano Veloso, Elizabeth Savala, Fabrício Oliveira, Antônio Pitanga, Chico Diaz, Sônia Braga, Mabel Velloso, Laura Cardoso, Regina Casé, Mateus Solano, Paloma Amado.

“Jorge Amado e o Candomblé” esse mostra o Jorge no cenário político, o Jorge ativista defensor e divulgador da cultura da Bahia. Enfim.

 

O cômodo “Cozinha de Dona Flor” ah! Que maravilha. Tudo feito com muito esmero. A comida cenográfica deixa a boca ávida de tão real. Exala um cheiro de pimenta. O teto é repleto de cestas de vime de diferentes tamanhos. Enquanto a Dadá (quituteira mais famosa da Bahia) ensina a fazer receitas, lógico, comida baiana.

 

O quarto do casal foi o ambiente que me impressionou pela tecnologia e recursos áudio-visuais. Imagens eram projetadas na cama e paredes. Figuras e textos formando um universo lúdico e mágico.

 

O cômodo da sala dispunha de objetos antigos como TV, aparelho de som, máquinas de datilografar. Esculturas, quadros, louças. Um baú com livros que amei.

Entre os objetos pessoas: As famosas camisas coloridas do Jorge, chinelos, chapéus, gravatas. Os charmosos roupões da Zélia. 


Destaque para as cartas. Muitas trocadas pelo casal. Outras deles para filhos, netos, amigos.  Tem cartas do Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Dorival Caymmi, Yoco Ono, entre outros. Muitas fotos de viagens pelo mundo.

 

Na casa, viveram por 37 anos. Jorge Amado morreu em 2001. No ano de 2003, a casa foi fechada. Mas, como disse Paloma Amado (filha), sempre foi um desejo da Zélia que virasse um centro cultural.  A curadoria e cenografia são da responsabilidade de Gringo Cardia. A coordenadora do acervo foi a Maria João (neta).

 

A vontade que tinha era de não mais sair dali. E, depois que sai. Era poder voltar o quanto antes.

 


Por enquanto a casa estará aberta de Sexta a Domingo, das 10h às 17h. A entrada custa R$ 20 (inteira), R$10,00 (meia) Professores do ensino fundamental e médio não pagam, assim, como os alunos da rede pública. E, ainda, crianças até 5 anos.  



























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