terça-feira, 11 de março de 2014

Lilicando - A história de canteiros - Fagner/Cecília Meireles


Bom dia!!! Hoje chegando ao campo deparei-me com a seguinte cena. Pessoas caminhando e correndo e um veículo no meio. Dentro, três ocupantes, possivelmente o marido no banco carona orientado o condutor, uma mulher, visivelmente insegura e amedrontada. E no banco de trás uma criança. Uma das Senhoras que caminhava  de vez em quando olhava para trás, certamente pensando: “será que vai me atropelar?”. O carro “morreu” e demorou um pouco até entrar em movimento novamente. Parei para obervar. Ali estavam 8 pessoas com sua segurança ameaçada e seu direito de está usufruindo de uma área de laser sendo violado em detrimento de 1 pessoa que também achava-se no direito de usar o espaço para aprender a dirigir. Aquilo estava me incomodando profundamente, mas eu não estava afim de me indispor. Gente quando tem suas vontades e ideias contrariadas ficam irracionais, agridem e até matam. Quanto mais em poder da arma de um carro. Descartei a possibilidade de dizer aos ocupantes do veículo que não era seguro eles estarem aprendendo a dirigir em meio às pessoas. Então, como a maioria delas vejo diariamente, falei que mudassem de sentido e ficassem de frente para o carro por precaução.Percebendo a movimentação das pessoas, não demorou muito eles retiraram-se do local.

Fiz 1 hora de caminhada alternando com corrida, 10 minutos de escada. Vamos tocando em frente!!

Detox (Suco Verde):

½ maça
1 limão
1 pedaço de pepino
1 pedaço de gengibre
2 gelinhos de couve

Café:

Tapioca com ovo cozido no micro-ondas com orégano
Banana, maçã, iogurte natural e granola
Meu café amargo
 

 
Marcha
 
As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a ideia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.

Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento...
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.

(Cecília Meireles)





Canteiros

(Fagner, baseado no poema "Marcha" de Cecília Meirelles Músicas incidentais : Na hora do almoço (Belchior), Águas de Março (Antonio C. Jobim)dos discos "Manera Frufru Manera" e "Ao Vivo - Duplo" )

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um toco sozinho ...
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração

(Raimundo Fagner)






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