Bom
dia! Acordei e recebi um elogio da minha mãe. Ela falou que eu havia emagrecido um
bocado e completou dizendo que eu tinha sorte pela facilidade em perder peso.
Fiquei toda sorriso pelo carinho na auto-estima, mas, vejamos. Não é fator
sorte, é dedicação. Quantos acarajés que eu adoro deixei de comer, quantos
sorvetes, chocolates e uma infinidades de gordices que eu poderia citar aqui e você
cansaria de ler. Na vida é assim, em tudo. Para conquistar algumas coisas é preciso
renunciar a outras. Dizer não, sobretudo para você mesmo. Ainda que as pessoas
à sua volta não compreendam, critiquem, não colaborem ou até mesmo atrapalhem.
Se você quer, persista no seu objetivo com convicção. E se preciso for, fuja daquilo que te atrapalha.
Fiz
1 hora de caminhada, chuva, sol. Alongamento antes e depois. Mais tarde boxe de
leve. Vamos tocando em frente!
Suco
Rosa:
1
beterraba
1
laranja
1
pedaço de gengibre
1
copo de iogurte natural caseiro (Tem uma postagem ensinando como fazer)
1
colher rasa de açúcar mascavo
Café:
2
fatias de pão integral com queijo
Mamão
com Iogurte natural
Meu
café amargo
Explicação
dada, em tese, pelo próprio compositor, O GRANDE POETA ZÉ RAMALHO, sobre a música Chão
de Giz:
Ainda
jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que
ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de João Pessoa, na
Paraíba, onde ele morava. Ambos se conheceram no carnaval. Zé Ramalho ficou
perdidamente apaixonado por esta mulher, que jamais abandonaria um casamento
para ficar com um “garoto pé-rapado”. Ela apenas “usava-o”. Assim, o caso que
tomava proporções enormes foi terminado. Zé Ramalho ficou arrasado por meses,
mudou de casa, pois morava perto da mulher e, nesse meio tempo, compôs Chão de
giz.
Sabendo
deste pequeno resumo da história, fica mais fácil interpretar cada verso da
canção. Vamos lá!
“Eu
desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz”
Um
dos seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que
lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era
fugaz.
“Há
meros devaneios tolos, a me torturar”
Devaneios
e lembranças da mulher que não o amou. O tinha como amante, apenas para
realizar suas fantasias. Quando e como queria.
“Fotografias
recortadas de jornais de folhas amiúdes”
Outro
hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos
jornais – lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas
sociais.
“Eu
vou te jogar num pano de guardar confetes”
Pano
de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste,
nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as
fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecê-la de vez.
“Disparo
balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir”
Ele
tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um
homem muito rico.
“Há
tantas violetas velhas sem um colibri”
Aqui
ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas
velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente
convencê-la apelando para a sorte – mesmo sendo velha (violeta velha), ela
pode, se quiser, ter um colibri (jovem).
“Queria
usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus”
Este
verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer
usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa
de vênus para transar com ela.
“Mas
não vou gozar de nós apenas um cigarro”
Novamente
ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o
tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo
amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura
o tempo de se fumar um cigarro.
“Nem
vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”
Para
quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo?
“Agora
pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…”
Novamente
ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar algo sério com
ela. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona – expressão que
significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o
qual ele foi embora – ele teve que sair de casa para se livrar desse amor
doentio.
“Pra
sempre fui acorrentado no seu calcanhar”
Amor
inesquecível, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado.
Tinha esperanças de um dia ser correspondido.
“Meus
vinte anos de ‘boy’ – that’s over, baby! Freud explica”
Ele
era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud
explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?).
“Não
vou me sujar fumando apenas um cigarro”
Depois
de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para
ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar
transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará
disso.
“Quanto
ao pano dos confetes, já passou meu carnaval”
Eles
se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar
em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu
carnaval (fantasia), passou o momento.
“E
isso explica porque o sexo é assunto popular”
Aqui
ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por
ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é
valorizado. Ela só queria sexo e nada mais.
“No
mais, estou indo embora”
Assim
encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o
melhor caminho e uma decisão madura. Ele muda de cidade e nunca mais a vê.
Sofreu por meses, enquanto compôs a música.
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